segunda-feira, setembro 03, 2012

do nome




O nome do blog relação alguma detêm com o conceito digerido e parido de demônios, exorcismos, que as crenças judaico-cristão/islâmicas pregam.

Ele não me pertence, eu o tomo emprestado do universo de Márquez, aquele García Márquez, tão meu, tão de todos, tão colombiano.







Creio que meu primeiro livro dele lido e entendido dentro do meu possível na época[8 anos] foi "Ojos de Perro Azul", daí por diante a minha fome por suas letras e aquele fantástico mundo jamais cessou. Fiquei mil vezes presa nos ambientes, odores, sentires, pesadelos e demônios que Márquez soube tão bem parir.

Mas quais são esses demônios?
Este em específico fala do demônio amor, aquele que carcome a carne, mente e alma sem vislumbrar gêneros, status, cores, eras.

Quando li o começo desta obra "Del Amor y Otros Demonios" pensei: Deuses!
Afinal há algo mais alucinante, espantoso e especial do que passeando por um cemitério secular encontrar num nicho cabelos "rojos" derramados? E ao seguir a trilha dos cabelos descobrir uma moça lânguida perdida nos seus demônios, perpassada pela discriminação e preconceito para com credo, fé, sexo e amor, idade e escolhas?




Versão do livro em filme de 2009


"En una época de inquisición y esclavitud, Sierva María quiere saber a qué saben los besos. Tiene 13 años, es hija de marqueses y fue criada por esclavos africanos en la Cartagena de Indias colonial. Cuando un perro rabioso la muerde, el obispo la cree endemoniada y ordena a Cayetano, su pupilo, que la exorcise. El cura y la niña serán seducidos por un demonio más poderoso que la fè y la razón."


Não é apenas isso [tudo isso], é um embate entre o credo imperialista e aqueles pequenos 'fazeres' que o povo colombiano teimava em ser, fazer e acontecer, aquele fazer aonde a fé africana, a indígena e a cristã pariram a Santeria...  E que ainda hoje impregna o cotidiano dos litorais colombianos.

Somos mais os nossos demônios, nossos genii, ou daemones do que a candura, bondade e mundo cor-de-rosa que pretende o humano.

Somos isso e nosso embates em aceitar-nos endemoniados, para assim poder ir em frente, aprendendo a conversar com eles, e não a domá-los...

E não é exatamente do Amor y otros Demonios, do que consiste a tessitura da vida? Das nossas vidas?
Acho que sim...

Então este é meu Amor y Otros Demonios.

Luciana Onofre


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